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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Comissão da Verdade conclui investigação sobre repressão à jornalistas paraenses no período da ditadura

Criada pelo Sindicato dos Jornalistas no Pará (Sinjor-PA), a Comissão da Verdade tem o objetivo de investigar os casos de violação e agressão ao trabalho de jornalistas paraenses, no período de 1964 a 1985, por órgãos da repressão política dos governos militares. A iniciativa recebe o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), por meio da Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas, criada pela lei federal nº 1.2528/2011 e instituída em 16 de maio do ano passado para apurar graves violações de direitos humanos, ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

Raimundo Jinkings, Luiz Maklouf Carvalho, Manoel Bulcão, João Marques, Raimundo José Pinto, Paulo Roberto Ferreira, Lúcio Flávio Pinto, Pedro Estevam da Rocha Pomar (que usava o codinome Marcos Soares), João Vital, Carlos Boução, Nélio Palheta, Sérgio Palmquist, Agenor Garcia, Rosaly Brito, Ana Diniz e Sérgio Bastos, entre outros jornalistas que atuavam tanto na chamada grande imprensa quanto em jornais alternativos como o “Resistência”, editado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, foram mencionados durante os depoimentos dos jornalistas Lúcio Flávio Pinto, Paulo Roberto Ferreira, Manoel Bulcão, Manuel Dutra e Carlos Boução, nas audiências públicas da Comissão da Verdade dos Jornalistas do Pará, realizadas no auditório João Batista, da Assembleia Legislativa.

Recentemente, a Comissão Nacional da Verdade, que veio ao Pará tomar depoimento dos acusados no Ministério Público Federal, reuniu com o Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça, Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos do Pará, Comissão da Verdade dos Jornalistas do Pará, deputados estaduais Edmilson Rodrigues (PSOL) e Carlos Bordalo (PT), vereadora de Belém Sandra Batista (PCdoB) - os dois últimos presidentes das Comissões de Direitos Humanos da Alepa e da Câmara Municipal, respectivamente -, Conselho Regional de Psicologia do Pará/Amapá, e outras entidades de defesa dos direitos humanos, para tratar da necessidade de unir as diversas iniciativas que estão em curso a fim de resgatar esse período histórico ainda desconhecido por grande parte dos brasileiros das novas gerações.

Todo o relatório, incluindo os arquivos de imagem e vídeo, foi enviado à Secretaria da Fenaj na última quinta-feira, 05. A ideia é construir o mais amplo levantamento documental e iconográfico possível, recuperando a história dos jornalistas vítimas da ditadura militar, produzir uma publicação especial e encaminhar o resultado do trabalho à Comissão Nacional da Verdade do Governo Federal.

Entre os documentos apresentados, constam a relação de profissionais vítimas de perseguição, demissão ou impedimento de trabalhar, exílio, prisão, tortura ou morte, data e local dos acontecimentos, identificação de possíveis perseguidores ou torturadores, resumos dos depoimentos e entrevistas, entre outras informações.

Também foram relatados casos de veículos de comunicação fechados no período 1964/1985 e de empresas de comunicação que colaboraram com a ditadura, bem como dados já sistematizados em estados que têm leis de reparação no âmbito estadual, bem como aqueles levantados em fontes de pesquisa oficiais.

A Comissão da Verdade dos Jornalistas do Pará é integrada pelos jornalistas Franssinete Florenzano (presidente), Emanuel Villaça, José Maria Pedroso (Piteira), Priscila Amaral e Luciana Kellen, todos membros do Sinjor-PA.

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