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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sinjor-PA cobra explicações de comando de greve da polícia militar

Representantes do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) reuniram-se na noite de segunda-feira, 7, com os militares concentrados no 6º Batalhão da Polícia Militar, na BR-316, onde os praças estão acampados há seis dias, para cobrar explicações oficiais dos manifestantes a respeito das agressões sofridas pelo jornalista Márcio Lins e o repórter cinematográfico Jairo Lopes, da TV Liberal, no último sábado, 5, durante protesto dos militares. A reunião aconteceu após a exigência pública do Sindicato, de um esclarecimento do comando de greve.

O cinegrafista Jairo Lopes teve o equipamento danificado após ser empurrado por trás. Márcio Lins foi surpreendido com um soco nas costas e chegou a desmaiar com o ataque. A equipe registrou ocorrência na seccional de polícia da Cidade Nova, e em seguida, levada para fazer exames de corpo de delito no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.

Estiveram presentes na reunião a ouvidora geral e membro da Comissão de Atividades Policiais da OAB-PA, Ivanilda Pontes, o assessor jurídico do Sinjor-PA, André Serrão, as diretoras da entidade Enize Vidigal e Jenniffer Galvão, e o presidente da Comissão da Liberdade de Imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará, Sávio Barreto, designado pelo presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, para acompanhar todo o caso, a pedido do Sindicato.

O comando de manifestação dos policiais militares, representado por Haelton Costa, porta-voz dos praças, se comprometeu de que nenhum profissional será mais agredido durante a cobertura da greve. “O nosso movimento não teria a repercussão que temos hoje se não fosse a cobertura da imprensa. Até a informação negativa, se for bem trabalhada pode ser usada a nosso favor”, afirmou Costa.

A presidente do Sinjor-PA, Sheila Faro, cobrou a identificação do agressor, o que não ocorreu. Eles se limitaram somente em dizer que se tratava de um uma pessoa infiltrada que tinha o objetivo de desqualificar o movimento. Ela também pediu que a liderança do movimento assine uma nota oficial esclarecendo à sociedade o que ocorreu no sábado.

"O Sindicato dos Jornalistas já recebeu denúncias de hostilidade a jornalistas do próprio jornal O Liberal. Queremos deixar bem claro que o Sinjor-PA apoia o movimento dos policiais. E não podia ser diferente, já que lutamos pela causa dos trabalhadores. Mas temos que ressaltar que não podemos aceitar que os jornalistas, sejam eles de quaisquer veículos que sejam, sofram agressões quando estão desempenhando as suas atividades. A sociedade tem o direito basilar de ser informada e os jornalistas estão aqui cumprindo esse dever. O alvo de vocês deve ser o governo, os patrões, não os jornalistas que também são trabalhadores”, afirmou a presidente Sheila Faro.
O membro da Comissão de Liberdade de Imprensa da OAB-PA, Sávio Barreto informou que o caso está sendo investigado pela Comissão que vai divulgar uma nota de repúdio e cobrar as devidas punições aos agressores. O assessor jurídico do Sinjor-PA, André Serrão está acompanhando todos os fatos que envolvem denúncias de agressão aos jornalistas, especialmente o caso envolvendo os trabalhadores da TV Liberal.

O suposto agressor já foi identificado pela TV Liberal. O sargento Valcir Corrêa é um dos lideres do movimento, que está no topo da lista de um dos policias com prisão decretada. O Sindicato também representará contra o agressor. O Sinjor, juntamente com a OAB-PA e a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), vai subscrever um documento e encaminhar ao governo do Estado para que abra um canal de negociação com os praças.

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